segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cultura - Inovação e proteção revelam novos aspectos dos patrimônios industriais chineses - Parte 02



A usina hidreelétrica Yangshupu de Shanghai é um exemplo de proteção e uso da arquitetura original. Esta usina, construída pelos britânicos em 1883, ainda hoje está em funcionamento. Nos anos 1930 sua capacidade de abastecimento diário era de 400 mil metros cúbicos e era a usina mais antiga, de maior produção e melhores equipamentos no Extremo Oriente. Hoje a arquitetura de estilo gótico da Grã-Bretanha se mantém. O castelo vermelho, árvores verdes e água azul formam uma paisagem maravilhosa. Jiang Honglin, funcionário da usina, afirmou:

"Desde que entrou em funcionamento em 1883, a produção da usina nunca cessou. Com o desenvolvimento industrial, sua capacidade diária é de 1,45 milhão de toneladas de água, e ainda extrai água do curso superior do Rio Huangpu para abastecer mais de dois milhões de habitantes de 5 distritos, um quarto do suprimento total de água dessa cidade. Não realizamos muitas reformas pois queríamos manter a construção original da usina."



A maioria dos patrimônios industriais de Shanghai é de arquitetura ocidental, enquanto os de Beijing são antigas fábricas estatais, que foram reconstruídas para formar zonas de arte contemporânea com estilos arquitetônicos diferentes.

A mais conhecida zona de arte "798" de Beijing e a nova zona "751" são representantes deste tipo de patrimônio industrial. Graças ao rápido avanço da indústria de inovação nos últimos anos, os artistas transferiram seus trabalhos para fábricas e armazéns abandonados nas zonas de arte de renome nacional, que foram incluídas na lista de pontos turísticos durante as Olimpíadas de Beijing 2008.

A "751", perto da zona "798", popularizou-se mais recentemente. Antigamente o local era uma fábrica de gás construída pela China e Alemanha nos anos 1950. Quando se entra na zona agora, ainda se vê os equipamentos de produção de gás enferrujados que ali ficaram, mas dentro dos edifícios a paisagem é totalmente diferente do que era. Vários estilistas famosos abriram estúdios ali, assim como fotógrafos, agências de modelos e de publicidade, formando um centro da indústria de moda.

O engenheiro Chen Shijie, que participou da reconstrução do "751", acredita que há diversos exemplos bem sucedidos do uso de recursos industriais no mundo, mas a China só recentemente começou a reconhecer o valor de seus patrimônios industriais.



"No processo de reconstrução, a maioria das antigas instalações industriais foi transformada em sucata e as construções, demolidas. Nos últimos anos, reconhecemos que a demolição ou recuperação é um desperdício de recursos. Com a prosperidade da indústria de inovação cultural, preservamos as fábricas antigas e as instalações especiais para proteger a cultura industrial original."

A exploração e o uso das antigas zonas industriais também foram reconhecidos pelos antigos trabalhadores, que têm uma ligação especial com as antigas fábricas. Um dos visitantes da zona "751" e cidadão de Beijing, Liu Qingzhi, começou a trabalhar naquela fábrica nos anos 70. De acordo com ele, além dos fãs de moda, muitos antigos trabalhadores também querem conhecer a zona.

"Os veteranos que trabalhavam nessa fábrica sempre vêm visitar a nova construção, que agora virou um centro de moda. As grandes mudanças nos comovem muito. Comecei a trabalhar ali muito cedo e acho que as transformações nesta zona industrial antiga são um progresso considerável. Quando vejo os equipamentos antigos tenho sentimentos complexos. Eles serão eliminados, mas devemos contar às gerações mais jovens como nós conquistamos os êxitos de hoje."

Fonte: CRI On Line

0 comentários:

Postar um comentário