quinta-feira, 7 de outubro de 2010

China quer usar Grécia como trampolim para a Europa e o Oriente Médio

Em visita à Grécia, o premiê chinês, Wen Jiabao, anunciou negócios lucrativos e ajuda financeira ao país, afetado pela crise. O governo grego disse aceitar a oferta de bom grado. Mas a China não age sem interesse.

A cúpula Europa-Ásia (Asem) mal terminou e o próximo encontro internacional já acontece em Bruxelas. Nesta quarta-feira (06/10), lideranças chinesas e europeias se encontram pela 13ª vez para discutir temas de interesse comum: fortalecimento da parceira estratégica, mudanças climáticas, energia e política mundial.



Trata-se de um programa ambicioso, principalmente levando-se em conta que a cúpula UE-China realizada no ano passado em Nanquim não resultou em resultados concretos. Desta vez, todavia, a promessa de ajuda feita pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, durante visita à Grécia, antes da cúpula em Bruxelas, deverá ser motivo de discussões.

Interesses chineses:

Segundo análise da empresa de consultoria de investimentos chinesa World Capital Market, no momento é excepcionalmente vantajosa a relação preço-benefício para um investimento direto de empresas estatais chinesas na Grécia. A ocasião é boa, porque o governo grego precisa de dinheiro e, por isso, está disposto a fazer concessões, afirma a empresa de consultoria financeira.

Assim, os acordos firmados não são tão altruístas como o premiê Wen Jiabao quis demonstrar com seu engajamento pela Grécia, durante passeio pela Acrópoles de Atenas.

Amigos devem se ajudar:

Wen Jiabao e o premiê grego, George Papandreou, saudaram a parceria estratégica. Os chineses prometeram ajuda aos amigos gregos durante o colapso financeiro. A China quer continuar comprando títulos públicos gregos, difíceis de serem vendidos no mercado.



O primeiro-ministro chinês anunciou que a China estaria interessada em um euro saudável e que também gostaria de ajudar outros países-membros da zona do euro em dificuldades. Além da Bélgica, Wen Jiabao visitará ainda a Itália e a Turquia.

Sindicatos gregos chegaram a levantar dúvidas quanto ao novo empregador chinês. Mas, devido à escassez financeira na Grécia, tais objeções logo foram deixadas de lado.

Fonte: Folha.com

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