Por Fausto Guimarães: historiador e dedica-se a pesquisa da língua e da cultura chinesa.
"O padre Leoni Nani em 1904 visitou a China como muitos jesuítas e levou a idéia do relógio para a Europa mil anos depois de sua criação"
Vou começar este texto com uma pergunta para você caro leitor. O que você entende por ciência? Se pegarmos o dicionário certamente leremos que ciência vem do latim. ciência (do Latim scientia, significando "conhecimento"). Mas será que outros povos e mais especificamente a China, tem este mesmo conceito de ciência? Certamente que não! Tudo o que você vê nos dias de hoje, os chineses foram os precursores. Desde o relógio com que você é despertado pela manhã, inventado na dinastia Tang com um complexo sistema de engrenagens, movido por água, até o guarda-chuva. "O padre Leoni Nani em 1904 visitou a China como muitos jesuítas e levou a idéia do relógio para a Europa mil anos depois de sua criação".
A sua agenda usada durante o dia foi uma invenção chinesa, assim com o carrinho de mão do trabalhador da construção civil, o sismógrafo, observatórios astronômicos, máquinas computacionais como o ábaco, sistemas hidráulicos, fábricas de metalurgia, a impressão, o papel higiênico, armadura de papel usada pelos chineses da Dinastia Tang e que era de uma eficiência notável, a bússola, o estribo e tantas outras invenções que mostraremos neste texto e que certamente só aconteceram porque a China não só fez ciência no passado, como foi certamente à precursora do pensamento cientifico, mesmo que a Europa insista em discutir o conceito de ciência e negar aos chineses este legado evolutivo da humanidade.
A história definitivamente não é justa! Quando tive em mãos o livro O Homem Que Amava a China de Simon Winchester, entendi melhor porque é tão difícil para certas pessoas acreditarem nas viagens de tesouro chinesas rumo ao "mundo novo", que de novo não tinham nada, quando os europeus chegaram por aqui. Se para mim que estudo a China a quase uma década me surpreendeu saber que ela foi a precursora de quase tudo que existe no mundo atual, imagina para uma pessoa de senso comum mergulhada na sua vida cotidiana, que recebeu através da educação convencional desde criança um bombardeio de informações, tanto na escola convencional, como na própria família, ouvindo dizer que isto ou aquilo é fruto deste povo ou daquela cultura.
E certamente a Europa sempre esteve como o grande e virtuoso continente que legou conhecimentos para todos nós, pobres coitados terceiro-mundistas. Realmente é compreensível escutar de algumas pessoas sem conhecimento de causa, que seria impossível os chineses terem descoberto o mundo em 1400.., quando essas mesmas pessoas não tem em mãos informações sobre a gigantesca cultura chinesa dos primórdios da Dinastia Ming (1368-1644), onde a China era a maior potencia comercial, bélica, e a mais avançada nação do mundo, sendo temida por todas aqueles que a conheciam, com exceção é claro dos europeus que mal sabiam navegar naquele momento.
Foi com a leitura deste livro que também tive a grata felicidade de conhecer o trabalho do professor Noel Joseph Terence Montgomery Needham, homem que dedicou metade de sua magnífica vida ao estudo da ciência na China antiga e compeliu aquela que é reconhecida como a maior obra literária escrita sobre o império do meio e uma das maiores obras literárias realizadas pelo homem. O professor Needham fundou o instituto de pesquisa 'NEEDHAM RESEARCH INSTITUTE' para dar sequência à elaboração desta enorme enciclopédia, fato que delegou muito esforços dele e de sua segunda esposa Lu Gwei Djen. Hoje o instituto está sob responsabilidade de seus curadores.
Continua...
Fonte: CBCDE
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