segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dilma chega à China para alavancar comércio de produtos elaborados

Pequim, 11 abr (EFE).- A presidente Dilma Rousseff chegou nesta segunda-feira à China em sua primeira viagem oficial para reverter o comércio atualmente majoritário de matérias-primas - US$ 30,7 bilhões em 2010 - para outro que inclua a compra pelo gigante asiático de produtos brasileiros elaborados de valor agregado.


Após dedicar boa parte do dia a uma visita particular, Dilma inicia na terça-feira o Diálogo Bilateral de Alto Nível em Ciência, Tecnologia e Inovação, e encerrará um seminário de empresas que buscam negócio e parceiros na China, inaugurado hoje, antes de se reunir com o presidente Hu Jintao.

Na quarta-feira, Dilma se reunirá com o primeiro-ministro, Wen Jiabao, e o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Legislativo), Wu Bangguo, antes de viajar para a ilha chinesa de Hainan (sul) para participar da cúpula dos Brics (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul).

Na abertura do seminário de negócios com empresas brasileiras e chinesas, em paralelo à chegada da presidente, o vice-ministro de Indústria, Comércio e Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, destacou que "se se quer uma associação estratégica bilateral deve-se trabalhar conjuntamente".

O Brasil tem uma indústria importante e dinâmica, e existe a vontade política do Governo brasileiro de crescer nas vendas de produtos com mais valor agregado e o "win win" (benefício mútuo) é fundamental, disse à Agência Efe o vice-ministro.

No seminário também discursou o ministro de Indústria, Comércio Exterior e Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e as empresas destacaram a importância do apoio político de Dilma para vender para a China mais produtos de valor agregado, que o Brasil fabrica e o gigante asiático compra em outras partes do mundo.

A reunião, convocada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil), braço do Governo para fomentar a exportação, quer abrir mercados, disse à Efe Teixeira, também secretário-executivo do Grupo de especialistas de Relações Exteriores, Fomento, Indústria e Comércio Exterior para a estratégia com a China.

Logo após chegar a Pequim, Dilma se reuniu, segundo a Chancelaria brasileira, com Ren Zhengfei, presidente de Huawei, gigante chinês de equipamentos de telecomunicações, presente no Brasil e em 13 países da América Latina e que compete com a ZTE, o outro gigante chinês do setor, após ter conquistado mercados de Ásia e África.

Em janeiro, a Telebrás rejeitou um recurso de apelação da Huawei, desqualificada em uma licitação para a banda larga, por não cumprir com o equipamento tecnológico apresentado nos requisitos solicitados.

A empresa chinesa diz sofrer uma campanha de desprestígio e contratou várias firmas de relações públicas para melhorar sua imagem por causa das dificuldades que enfrenta.

Também para entrar nos EUA, onde um funcionário do Ministério de Comércio chinês acusou Washington de utilizar preocupações de segurança nacional para "interferir" nos investimentos chineses ali (a Huawei tentou adquirir nesse país a 3Leaf Systems, ação que o Comitê Federal de Investimento Estrangeiro barrou).

No Brasil, a Huawei é o fornecedor líder de redes ópticas DSLAM, segundo na classificação de IP de Backbone da Telemar, participa das redes 3G (em cooperação com CTBC) e é o vendedor líder para a Telefónica Metro Ethernet.

Além disso, trabalha com operadores nacionais como Telemar, Brasil Telecom, Telefónica, Embratel, Vivo, Claro, TIM, Intelig, Telemig, CTBC Telecom e GVT, departamentos de Governo e grandes companhias financeiras, informa um comunicado oficial.

Fundada em 1987 por um ex-militar chinês, a Huawei conseguiu se associar com a maioria das empresas líderes de telecomunicações e lucrou mais de US$ 28 bilhões em 2010, graças a acordos na Europa, África e Oriente Médio, e na América Latina se transformou em um dos principais fornecedores.

Fonte: EFE

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