segunda-feira, 23 de maio de 2011

China prevê pior crise de energia elétrica desde 2004

Em meio a problemas na produção elétrica e a aumento na demanda, a China se prepara para enfrentar crescentes dificuldades de abastecimento durante o verão (que começa em julho).


Em várias regiões do país já há racionamento -caso de Changsha, capital regional no centro-sul onde foi proibido o uso de ar condicionado abaixo dos 26ºC.

O principal vilão é o custo crescente do carvão, responsável por 71% da matriz energética chinesa.

Desde o ano passado, o preço do combustível subiu por volta de 20%, enquanto a eletricidade não sofreu aumentos significativos -em Pequim, por exemplo, foi apenas 2%. Já a inflação acumulada dos últimos 12 meses está em 5,3%.

"Algumas empresas produtoras de energia estão com um grave deficit por terem perdido a capacidade de comprar carvão. Haverá falta de eletricidade quando os inventários acabarem", disse ontem à Folha, sob a condição de anonimato, um funcionário da ChinaCoal, estatal envolvida na produção e comercialização do carvão.

A culpa do aumento no preço do transporte é derivado da escalada do petróleo, de acordo com o analista Han Xiaoping, da consultoria www.china5e.com.

No lado da demanda, tem havido um aumento significativo de consumo, com a retomada de projetos suspensos no ano passado, quando a China fez um esforço para cumprir a meta quinquenal de aumentar a eficiência do uso de energia em 20%.

Na terça-feira, o Conselho Elétrico da China, formado por empresas produtoras, informou à imprensa local que o país deve "enfrentar sua mais dura falta de energia desde 2004" nos próximos meses. Já são vários os casos de medidas para racionar energia.

Na Província de Hunan (centro-sul), onde a falta de chuva diminuiu também a produção hidrelétrica, a cidade industrial de Xiangtan iniciou a política de "cinco dias ligado, dois dias desligado" para as fábricas.

Em Wuhan, no centro do país, a cidade ordenou o desligamento de escadas rolantes em centros comerciais e de luzes de adorno.

TRÊS GARGANTAS

Numa declaração rara de autocrítica, o governo chinês declarou ontem que a hidrelétrica de Três Gargantas, a maior do mundo, tem vários problemas "que demandam um solução rápida".

A nota afirma que a obra, encerrada em 2008, está provocando problemas ecológicos, como a poluição da água, aumentou o risco de acidentes geológicos e deslocou mais de 1 milhão de pessoas que ainda precisam de acompanhamento estatal.

Fonte: Folha.com

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