quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Cidades brasileiras anfitriãs da Copa do Mundo e Olimpíadas esperam cooperar com a China

O assessor especial da Subchefia de Assuntos Federativos, ligada à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República do Brasil, Alberto Kleiman, disse recentemente em Sanya, sul da China, que as cidades brasileiras anfitriãs da Copa do Mundo e das Olimpíadas querem cooperar com a China.



O assessor lembrou que, no ano passado, o Brasil enviou uma delegação de cidades para a Expo Shanghai, que se reuniu com investidores chineses para que eles invistam, por exemplo, em construção, em cidades da Copa do Mundo 2014. Além disso, existe uma possibilidade de Beijing, que acumulou experiência na organização da 29ª edição dos Jogos Olímpicos, estabelecer uma relação com o Rio de Janeiro, que sediará os Jogos em 2016, visto que as duas cidades são cidades-irmãs. Além disso, o assessor disse esperar que os turistas chineses venham em grande número aos dois eventos que serão realizados no Brasil.

Sobre a cooperação de nível regional entre os dois países, Kleiman citou os números da Associação de Amizade do Povo Chinês com o Exterior, dizendo que existem 48 pares de cidades e províncias/estados dos dois países com relação de cooperação, mas que muitas delas não estão ativas. No entanto, um exemplo dessa relação é o estado brasileiro da Bahia. Segundo o funcionário, o governador do estado virá à China ainda este mês para promover as relações. O estado da Bahia atualmente têm relações de cooperação amistosa com as regiões provinciais chinesas de Shandong (leste) e Chongqing (sul). Por outro lado, este ano cinco governadores brasileiros vieram ou virão à China.


O funcionário apontou que o Brasil recebe com bons olhos o investimento direto chinês em favor da infraestrutura produtiva, quer dizer, o país não deve só importar produtos chineses, mas deseja que as empresas chinesas se instalem no Brasil oferecendo emprego, visto que a China tem muitos setores competitivos. Por isso, essa relação tem que ser mais equilibrada. Em relação à infraestrutura, como portos e aeroportos, sempre há oportunidades no Brasil para companhias chinesas, explicou.

No entender do Brasil, disse o funcionário, a relação com a China precisa ter maior complementaridade produtiva em vez de competição produtiva, além de transferência mútua de tecnologia, como nas áreas de fabricação de aviões pela Embraer na China, e no campo aeroespacial e de lançamento de satélites, entre outros.

Quanto à diversificação do comércio exterior entre os dois países, o funcionário apontou que seu país quer exportar mais produtos agropecuários e de alto valor agregado à China. "Não há nenhum mal para o Brasil exportar produtos agrícolas e minerais ao país asiático, mas que pelo menos os produtos tenham um valor agregado maior. O Brasil não quer se tornar um mero país exportador de matéria-prima", disse.

Sobre as relações culturais entre os dois países, o funcionário brasileiro disse concordar que as relações bilaterais não devem se resumir e se limitar a relações econômicas e comerciais. O Brasil tem um rica cultura, mas que não é conhecida amplamente na China, enquanto os brasileiros sempre falam em crescimento econômco quando se referem à China e conhecem muito pouco de sua diversidade cultural. O funcionário assinalou que as relações governamentais não se devem direcionadas apenas por assuntos econômicos e comerciais, sugerindo que as cidades e estados criem centros culturais, através dos quais "o Brasil fique na China e a China fique no Brasil".

Fonte: Agência Xinhua

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