quarta-feira, 7 de julho de 2010

Compreensão de Saramago sob o olhar chinês - Parte 02 / 04



O site Douban é um site chinês, como o Facebook. Existe um grupo dedicado a Saramago nesse site, no qual as pessoas que gostam de Saramago conversam online sobre o escritor e suas obras. Zhu Fa é um dos membros.

Nós devemos agradecer o tradutor que trouxe as obras para os chineses. Ele é Fan Weixin, de 70 anos, e traduziu "O Memorial do Convento", e "Ensaio sobre a Cegueira".

"A primeira impressão que tive sobre ele é que ele não carece de humor, mas é introvertido", disse Fan Weixin.



Fan Weixin traduziu também obras de Jorge Amado, Erico Veríssimo, Eça de Queiroz, Miguel Torga, e Manuel da Fonseca. Em 1997, a versão chinesa do Memorial do Convento foi publicada. José Saramago veio especialmente a Pequim para participar do lançamento do livro. Na ocasião, ele perguntou a Fan Weixin sobre sua impressão na tradução dessa obra.

"É um galho. Ao encontrar as dificuldades na tradução, eu dava voltas e voltas como um tigre na jaula, queixando-me do escritor que criou tantos enigmas difíceis de desvendar", respondeu Fan.

Segundo ele, foi o escritor brasileiro Jorge Amado quem lhe falou de José Saramago pela primeira vez, em 1987.



No ano seguinte, Fan Weixin levava uma carta de apresentação de Jorge Amado com os nomes, endereços e telefones de dez críticos e escritores portugueses. Saramago era um deles.

Jantaram juntos na casa do escritor em 1988, quando Saramago lhe perguntou se queria traduzir o "Memorial do Convento" para o chinês, Fan Weixin respondeu: "Ainda não. Não quero estragar a sua obra".

Continua...

Fonte: CRI On Line

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