quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Balé da China faz primeira apresentação no Brasil

Às noves horas do dia seis de novembro, o teatro Guaíra do Centro Cultural de Curitiba, que possui mais de 2.100 assentos, estava lotado para a primeira apresentação da Companhia Nacional de Balé da China, no Brasil. Foi no palco do teatro Guaíra que o balé da China iniciou sua turnê de um mês pelo maior país da América Latina.



Fundada em 1959, a Companhia Nacional de Balé da China recebeu treinamentos rígidos de profissionais russos durante a sua primeira década e é hoje o melhor balé do país. A primeira passagem da companhia pelo Brasil, que contou com 105 pessoas, abrangeu as cidades de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte. Trata-se também da maior turnê na sua história da companhia. O conselheiro cultural da Embaixada da China no Brasil, Shu Jianping, explica o contexto da concretização da primeira apresentação do balé chinês:

"Ainda em 2004, as companhias brasileiras já pretendiam convidar a Companhia Nacional de Balé da China ao Brasil. Elas ainda foram ao México em 2007 para assistir ao balé Lanternas Vermelhas. Além disso, os intensos intercâmbios culturais entre os dois países também contribuíram para a realização do evento."



No repertório da turnê, o maior destaque foi a obra Lanternas Vermelhas. A ficção escrita pelo escritor chinês Su Tong já foi adaptada para o cinema pelo diretor Zhang Yimou. A obra homônima do balé reúne grandes nomes do meio artístico: o próprio diretor Zhang Yimou, o compositor chinês Chen Qigang, da França, os coreógrafos Wang Xinpeng e Wang Yuanyuan, da Alemanha, além do figurino criado por estilistas franceses.



A versão adaptada de Lanternas Vermelhas é mais simplificada e conta a história de uma jovem que é obrigada a se casar com um homem muito mais velho, e a conviver com as outras esposas dele. A obra, embora seja uma história oriental, foi um grande sucesso no Brasil.

"A obra foi muito bem recebida pelo público brasileiro. O balé é, na prática, uma arte de origem ocidental. O espetáculo acrescenta fatores tradicionais chineses, sendo uma combinação perfeita entre a arte ocidental e a cultura chinesa."



Em cada cidade que a turnê passava, os ensaios antes da apresentação oficial eram abertos gratuitamente aos estudantes locais, para que eles conhecessem melhor o balé chinês. O ingressos para cada apresentação chegaram a custar 200 dólares. Segundo o conselheiro cultural, o espetáculo foi também uma experiência de apresentação comercial bem-sucedida do balé chinês.

"O espetáculo é uma apresentação comercial que conta com o apoio dos Ministérios da Cultura da China e do Brasil. Sendo um dos projetos integrados a lista de mecenato do governo brasileiro, a obra teve o patrocínio do Bradesco e da Cielo."

As atividades dos bailarinos chineses passaram a ser foco da mídia local a partir do momento em que pisaram em solo brasileiro. A Folha de São Paulo, o Estadão de São Paulo e a TV Globo fizeram coberturas do evento.

"A mídia brasileira deu muita atenção à apresentação. A TV Globo fez uma reportagem de um minuto e cinquenta e sete segundos no jornal das 20 horas, fato inédito durante meu mandato de seis anos no Brasil."



Para o conselheiro cultural, o significado da apresentação vai muito além disso.

"A apresentação comercial da Companhia Nacional de Balé da China é um marco na história dos intercâmbios culturais entre a China e o Brasil, sendo também a primeira turnê de arte clássica chinesa num país em desenvolvimento. O evento reforça a confiança dos produtos culturais no mercado internacional. Além da acrobacia, a arte clássica chinesa também poderá ganhar seu espaço no mercado mundial."

Fonte: CRI On Line

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