domingo, 13 de junho de 2010

Pintura a óleo na China - Parte 1

Há vários séculos a China vem aperfeiçoando seus contornos e enriquecendo a personalidade da arte que expressa através da pintura a óleo, técnica artística proveniente da Europa, mas que conseguiu florecer e dar suculentos frutos deste lado do mundo.



Em 1583, o missionário italiano Matteo Ricci permitiu aos chineses ver, pela primeira vez, uma pintura a óleo durante sua missão de propaganda do cristianismo. Outro pregador da mesma procedência, Giuseppe Castiglione (1688-1766), desembarcou neste país no começo do século XVIII. Durante os 50 anos posteriores se dedicou à pintura, consagrando sua habilidade artística exclusivamente aos imperadores Kangxi, Yongzheng e Qianlong. Sem embargo, a grande quantidade de pinturas a óleo, criadas em serviço à corte, pertencia às coleções de objetos de luxo e não exerciam influência alguma no desenvolvimento da arte popular nacional.

No século XIX, nas cidades sulistas de Guangzhou e Macau, alguns pintores chineses começaram a utilizar técnicas europeias em sua produção, como pintura a óleo e aquarela. As obras, que geralmente tratavam de temas como paisagem, arquitetura e personagens das zonas do delta do rio das Pérolas, finalmente saíram do país para serem comercializadas no Ocidente. Entre esses artistas cabe mencionar Guan Qiaochang (1801-1854) e seu irmão, que tiveram muito êxito e influência na época.



Naqueles anos visitavam a China muitos pintores europeus, como George Chinnery (1774-1852). Aos 18 anos ele já tinha sido aluno de Reynolds Joshua (1723-1792), famoso artista inglês que dava aulas na Academia Real de Belas Artes da Grã-Bretanha. Em 1825, Chinnery se instalou em Macau onde promoveu um intenso intercâmbio da arte plástica chinesa com a ocidental. Guan, um de seus melhores discípulos, se destacou pela capacidade e habilidade na criação de retratos, tornando-se o pintor a óleo chinês de maior êxito naquele período.

Sucessivos pintores chineses voltaram para casa no início do século XX depois de concluírem os cursos nas academias de belas artes europeias e norte-americanas. Dessa leva, se sobressaíram Li Tiefu (1869-1952) e Xu Beihong (1895-1953).

Aos 16 anos de idade, Li foi aos Estados Unidos e logo depois ao Canadá, onde estudou pintura por nove anos. Conseguiu o primeiro lugar num concurso promovido por um instituto de belas artes canadense, que lhe concedeu, por isso, uma bolsa de estudos. Em 1896 deixou a nação dos grandes lagos e voltou aos Estados Unidos, pátria dos mestres William Merritt Chase (1849-1916) e John Singer Sargent (1856-1925), que vieram a ser seus professores. Depois de 40 anos no estrangeiro, Li Tiefu regressou à China em 1930. Sua habilidade artística foi muito elogiada e fez dele o "maior mestre de pintura na Ásia Oriental", segundo Sun Yat-sen, precursor da revolução democrática da China.

Continua...

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