segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Vale e BHP mudam negociação e preço do minério deve cair mais

As mineradoras Vale e BHP Billiton estão mudando a maneira de negociar a venda de minério de ferro e as novidades devem dar volatilidade ao mercado, com preços recuando ainda mais no curto prazo, avaliam analistas consultados pela Reuters.

As grandes mineradoras estão ajustando as formas de negociar o produto, buscando apaziguar as posições de seus principais clientes.

Segundo uma fonte do mercado que pediu para não ser identificada, a Vale resolveu flexibilizar uma cláusula contratual que impedia que variações de até 5% nos preços do minério no mercado à vista -- spot --, para baixo ou para cima, fossem repassadas para o preço acertado em contratos trimestrais.

"Consultei a Vale nas últimas semanas e eles disseram que poderiam rever esta cláusula", disse.

Em condições normais, contratos trimestrais são baseados na média de preços à vista em um período de três meses até um mês antes do começo de cada trimestre.

O preço no quarto trimestre poderia ficar estável, considerando a cláusula, mas sem ela os valores poderiam cair.

CHINA

Fontes na China disseram na última semana que a Vale também estaria oferecendo a seus clientes a possibilidade de mudar a precifiação do quarto trimestre para uma base de preços à vista de outubro a dezembro.

Isso faria com que os valores pudessem refletir mais rapidamente a queda no mercado à vista, praticamente descartando o sistema de ajustes trimestrais instalado há pouco tempo.

De acordo com o analista Raphael Biderman, superintendente da área de metais da Bradesco Corretora, a Vale sempre oferece a seus clientes de contratos firmes a chance de migração para o mercado à vista.

Procurada, a mineradora informou que não comentará o assunto.

A tonelada do minério de ferro entregue na China, no mercado à vista, está cotada nesta segunda-feira em US$ 153,4, queda de 15% ante os US$ 181 no dia 7 de setembro, antes do recrudescimento da crise.

O preço no mercado à vista reflete a incerteza sobre demanda global de aço.

Fonte: Folha.com

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